Desvendando os desafios da tributação digital: o que cada tributarista precisa saber!

Leonardo Siade Manzan aponta os desafios que a era digital impõe à tributação no Brasil.
Fanci John Por Fanci John

De acordo com Leonardo Siade Manzan, nos últimos anos, a transformação digital tem redesenhado profundamente o modo como empresas operam, consumidores compram e governos arrecadam impostos. A ascensão do comércio eletrônico, dos serviços baseados em nuvem e, mais recentemente, das criptomoedas, levou a uma redefinição das fronteiras econômicas. Nesse novo contexto, o modelo tradicional de tributação tem se mostrado cada vez mais insuficiente. Entenda!

Quais são os principais desafios enfrentados pelos tributaristas diante da economia digital?

Os tributaristas, profissionais responsáveis por interpretar e aplicar o direito tributário, encontram-se diante de uma verdadeira corrida para acompanhar a velocidade das inovações tecnológicas. Entre os principais desafios estão a identificação do fato gerador em operações digitais, a definição da base de cálculo em transações de difícil mensuração, e a determinação do domicílio tributário de empresas que operam globalmente. 

Além disso, Leonardo Siade Manzan destaca que a volatilidade das criptomoedas, a descentralização do blockchain e o uso crescente de inteligência artificial em operações comerciais levantam questões inéditas sobre conformidade, fiscalização e arrecadação. O papel do tributarista, portanto, vai muito além da aplicação da legislação existente: exige uma atuação estratégica, multidisciplinar e com domínio técnico aprofundado sobre as novas tecnologias.

O que muda com a ascensão das criptomoedas no sistema tributário?

As criptomoedas introduzem um desafio inédito no sistema tributário por sua natureza descentralizada, pseudônima e volátil. Transações com ativos digitais muitas vezes não passam pelos canais tradicionais de pagamento e podem ocorrer fora do alcance das autoridades fiscais. No Brasil, a Receita Federal já começou a exigir a declaração de operações com criptoativos, mas ainda há lacunas importantes na regulamentação. 

Leonardo Siade Manzan
Na visão de Leonardo Siade Manzan, tributaristas precisam se adaptar às novas exigências digitais.

Segundo Leonardo Siade Manzan, a dificuldade em identificar o contribuinte, a origem dos recursos e o valor de mercado das moedas digitais torna a fiscalização extremamente complexa. Ademais, surgem questões relacionadas à tributação de ganhos de capital, à incidência de impostos sobre a mineração de criptomoedas e à classificação jurídica desses ativos. 

O que é esperado do tributarista na nova economia digital?

Mais do que um conhecedor de leis e regulamentos, o tributarista da era digital deve ser um profissional multidisciplinar, capaz de transitar entre o direito, a tecnologia e a estratégia empresarial. A compreensão técnica das inovações digitais, aliada à capacidade de interpretar seu impacto tributário, torna-se essencial. 

Conforme Leonardo Siade Manzan, é esperado que esse profissional atue de forma proativa na mitigação de riscos, na estruturação de operações fiscalmente eficientes e na interlocução com autoridades e reguladores. A formação contínua, o domínio de ferramentas tecnológicas e a fluência em inglês jurídico e técnico são diferenciais cada vez mais valorizados. 

Em conclusão, para Leonardo Siade Manzan, o futuro da tributação digital aponta para uma integração cada vez maior entre tecnologia e legislação, com sistemas fiscais mais automatizados, interoperáveis e baseados em dados em tempo real. A tendência é que o tributo seja recolhido de forma quase instantânea, com menor espaço para sonegação e maior transparência nas operações. No entanto, isso também exigirá uma constante adaptação do marco legal e um debate ético profundo.

Autor: Fanci John

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