Nos últimos anos, tem-se observado uma crescente presença de jovens talentos dominando a tecnologia, especialmente a robótica, e aplicando seus conhecimentos em diversas áreas, desde as mais tradicionais, como saúde e direito, até as mais tecnológicas, como a programação e engenharia. A capacidade de programar robôs, construir sistemas autônomos e até mesmo representar o Brasil em torneios internacionais de robótica tem sido um diferencial não só para quem escolhe seguir na área de TI, mas também para aqueles que se aventuram em carreiras em Humanas e Saúde. Embora muitos desses jovens sejam altamente capacitados em robótica, suas escolhas de carreira nem sempre seguem o caminho da tecnologia pura.
Estudos recentes, como o realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), revelam que áreas como medicina, direito e psicologia continuam sendo as preferidas dos estudantes brasileiros. Essa preferência pode ser explicada por fatores como estabilidade financeira, reconhecimento social e segurança no emprego, que se destacam como as principais preocupações da juventude, de acordo com uma pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube). Mesmo assim, a formação em robótica tem se mostrado um diferencial, proporcionando aos jovens não apenas habilidades técnicas, mas também competências como pensamento crítico, inovação e trabalho em equipe, habilidades essenciais em qualquer área do conhecimento.
A robótica vai além da aplicação de tecnologia em si. Ela se tornou um trampolim para o desenvolvimento de habilidades e competências que são altamente valorizadas no mercado de trabalho. Durante competições como o Festival SESI de Educação, estudantes como Rafaela e Ana Carolina, que se destacam na construção de robôs e programação de sistemas autônomos, têm a oportunidade de aprimorar habilidades de liderança, resolução de problemas e colaboração. Esses jovens, mesmo que não sigam diretamente para carreiras de engenharia ou TI, aplicam as lições aprendidas em suas futuras profissões, sendo mais bem preparados para enfrentar os desafios das áreas em que decidem atuar.
A integração entre a formação técnica e outras áreas do conhecimento se reflete claramente nos dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que apontam que profissionais com uma formação baseada em STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) tendem a se adaptar melhor a mudanças no mercado de trabalho, mesmo quando migram para outros campos. Isso se deve ao fato de que as habilidades adquiridas em cursos de robótica, como a programação e a análise de dados, são aplicáveis a diversos setores, seja no desenvolvimento de novas tecnologias, seja na melhoria de processos existentes.
No setor de saúde, por exemplo, a aplicação de robôs e inteligência artificial tem revolucionado a maneira como os profissionais de saúde tratam os pacientes. Robôs cirúrgicos, como o Da Vinci, oferecem precisão milimétrica durante os procedimentos, resultando em uma redução de complicações e recuperação mais rápida. Sistemas de IA, por sua vez, têm sido utilizados para analisar prontuários médicos e fornecer diagnósticos mais precisos, com uma taxa de acuracidade de até 35%. Esses avanços não só mostram como a robótica pode transformar a saúde, mas também como um profissional da área pode se destacar ao utilizar essas tecnologias em sua prática.
Na área de Humanas, a robótica tem sido igualmente inovadora. Antropólogos, por exemplo, utilizam drones equipados com sensores 3D para digitalizar sítios arqueológicos, o que acelera o processo de pesquisa em até 50%. Já psicólogos estão utilizando assistentes robóticos para identificar padrões emocionais em seus pacientes, com uma precisão de 85%. Essas inovações demonstram claramente como a formação em robótica e em áreas STEM pode aprimorar a eficiência e os resultados, mesmo em campos que não estão diretamente relacionados à tecnologia.
O fato é que, embora muitos jovens com habilidades em robótica não sigam para carreiras em tecnologia pura, as habilidades adquiridas durante a formação em robótica se provam essenciais em diversas outras áreas. O pensamento lógico e a capacidade de resolução de problemas, por exemplo, são altamente valorizados em áreas como direito e medicina. Um advogado com habilidades em robótica, por exemplo, pode se destacar na análise de grandes volumes de dados e na aplicação de inteligência artificial para prever resultados em processos. Na medicina, médicos com formação em robótica são mais propensos a adotar novas tecnologias e a aprimorar os tratamentos e diagnósticos de seus pacientes.
As oportunidades para jovens talentos que dominam a tecnologia são muitas, e as possibilidades de aplicar essas habilidades em qualquer área são cada vez mais amplas. O mundo está se tornando cada vez mais interconectado, e a capacidade de compreender e aplicar tecnologias como a robótica pode ser um grande diferencial, não importa qual área o profissional escolha seguir. A formação em STEM não só proporciona um profundo conhecimento técnico, mas também desenvolve habilidades importantes para o sucesso em qualquer carreira, como criatividade, inovação e adaptação.
Portanto, é evidente que, independentemente do caminho que esses jovens talentos decidam seguir, as habilidades adquiridas na robótica e nas áreas STEM são essenciais para o seu sucesso. Eles não estão apenas construindo robôs ou programando sistemas; estão desenvolvendo competências que os tornarão líderes em suas áreas de atuação, seja na saúde, nas humanas ou em qualquer outro setor. As jovens promessas que dominam a tecnologia não estão apenas se destacando na robótica, mas também ajudando a moldar o futuro de várias profissões.
Autor: Fanci John